
Presidente da Femurn, Babá Pereira (PL). Foto: Reprodução
A possibilidade de uma aliança entre as principais lideranças da oposição no Rio Grande do Norte para as eleições de 2026 é vista como concreta pelo presidente da Federação dos Municípios do Estado (Femurn), Babá Pereira (PL). Ele disse que o senador Rogério Marinho (PL), o senador Styvenson Valentim (PSDB), o prefeito de Natal, Paulinho Freire (União), o prefeito de Mossoró, Allyson Bezerra (União), e o ex-prefeito de Natal Álvaro Dias (Republicanos) vêm dialogando com frequência e devem chegar a um consenso até o final deste ano.
“Acredito que eles devam sair juntos, unidos para o pleito do próximo ano. São lideranças maduras, com experiência política, e que sabem o que está em jogo”, afirmou Babá.
Presidente da Femurn em seu segundo mandato, Babá Pereira disse que, embora sua atuação institucional exija neutralidade, sua posição como político filiado ao PL o insere no campo da oposição estadual. Ele ocupa hoje o cargo de segundo vice-presidente da legenda no Rio Grande do Norte. “Enquanto presidente da Federação, represento os 167 municípios e mantenho independência. Mas politicamente, estou no PL e acredito que Rogério será nosso pré-candidato ao Governo do Estado”, declarou.
Segundo Babá, o PL tem recebido adesões de prefeitos e se articula com outras forças para formar uma chapa competitiva tanto para o Executivo estadual quanto para as disputas proporcionais. Ele também avalia que a oposição trabalha para lançar candidatos ao Senado, à Assembleia Legislativa e à Câmara dos Deputados. “A meta é eleger o maior número possível de deputados federais e estaduais”, disse.
Babá também comentou a atuação do senador Styvenson, que segundo ele, será peça importante nas articulações. “Styvenson é uma figura fundamental nesse processo. Ele, Rogério, Álvaro, Paulinho e Allyson são hoje os principais nomes da oposição. E o tempo vai se encarregar de definir como eles caminharão juntos”, avaliou.
Apesar de atuar politicamente, Babá reforçou que não será candidato em 2026. Segundo ele, o estatuto da Femurn exige isenção de quem ocupa a presidência, para que nenhum prefeito se sinta prejudicado. “Não é ético eu permanecer presidente da Federação e, ao mesmo tempo, ser candidato em algum município onde já represento o prefeito. Se um dia eu for disputar, tenho que deixar o cargo antes”, afirmou.
Bancada federal
Babá também elogiou a atuação da bancada federal potiguar no Congresso, afirmando que deputados e senadores estão se comportando de maneira coerente com as pautas municipalistas. De acordo com ele, sete dos oito deputados federais assinaram apoio à emenda que amplia o parcelamento das dívidas previdenciárias dos municípios de 60 para até 360 meses, prevista na PEC 66. A medida, segundo Babá, é fundamental para aliviar as finanças das prefeituras e possibilitar mais investimentos em áreas como saúde, educação, assistência e infraestrutura. “Tem município que paga hoje R$ 100 mil por mês de dívida previdenciária. Com a PEC, esse valor pode cair para R$ 20 mil”, exemplificou.
Governo Fátima
Sobre o governo estadual, Babá disse que mantém uma relação institucional respeitosa com a gestão Fátima Bezerra (PT), mas cobrou repasses pendentes referentes à farmácia básica e à dívida ativa. Ele afirmou que houve avanços em outras áreas, como o pagamento do ICMS, do Fundeb e do transporte escolar. “Nosso papel é defender os municípios. Não há bandeira partidária quando se trata de garantir recursos para quem está na ponta”, disse.
Conecta Municípios
O presidente da Femurn também destacou a importância da realização do evento Conecta Municípios Potiguares, promovido em Natal com a presença de representantes das 167 cidades potiguares. I evento reuniu instituições de controle como os Tribunais de Contas da União e do Estado, Ministério Público, CGU e instituições financeiras, além de proporcionar troca de experiências entre os gestores. “Foi o maior encontro municipalista do estado”, resumiu.
Ele ainda comentou sobre sua participação na Marcha dos Prefeitos, em Brasília, que reuniu mais de três mil prefeitos e cerca de 15 mil participantes. Segundo Babá, o evento serviu para reforçar pautas como a PEC 66 e para consolidar a representação do Rio Grande do Norte junto à Confederação Nacional dos Municípios.
Fim da reeleição
Ao final da entrevista, Babá defendeu o fim da reeleição para cargos do Executivo e a unificação das eleições no país. Ele disse apoiar a proposta de mandatos de cinco anos sem possibilidade de recondução. “Com cinco anos, sem eleição no meio do caminho, o gestor poderá planejar melhor e fazer uma gestão mais tranquila”, concluiu.
Agora RN