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A recente atitude do senador Styvenson Valentim (PSDB), ao sair ligando para pacientes beneficiados por suas emendas destinadas a cirurgias eletivas em Caicó, ultrapassa os limites de uma prestação de contas ética e fere claramente a legislação. A iniciativa, que poderia ser interpretada como um gesto de zelo pela aplicação dos recursos públicos, na verdade soa como exposição indevida e constrangedora aos beneficiários — algo que não condiz com a postura que se espera de um representante no Senado.
Styvenson tem se destacado por um comportamento autoritário e midiático, muito mais voltado para gerar impacto nas redes sociais do que para o diálogo político equilibrado. É o típico “político TikTok”: fala duro, impõe-se pelo tom e busca palco na indignação. Mas essa postura, que pode render curtidas e aplausos momentâneos, vem isolando-o cada vez mais do meio político tradicional.
Diversas lideranças, especialmente do interior do Rio Grande do Norte, têm se manifestado contrariamente à forma como o senador conduz suas ações. Prefeitos, vereadores e agentes locais relatam desconforto com a maneira “ameaçadora” com que ele cobra resultados ou questiona a aplicação das verbas oriundas de suas emendas.
É inegável que a fiscalização é um dever de todo parlamentar. Contudo, quando esse papel se mistura com exposição pública, desrespeito institucional e arrogância pessoal,perde-se a essência da boa política e do serviço ao cidadão. Styvenson Valentim parece ainda não ter compreendido que transparência não é sinônimo de constrangimento, e rigor não é sinônimo de intimidação.
Por: Robson Pires