
População do Rio Grande do Norte começará a receber no celular alertas sonoros e visuais da Defesa Civil em casos de desastres naturais com risco à vida ou ao patrimônio. Foto: Arquivo/José Aldenir/Agora RN
A partir do dia 18 de junho, a população do Rio Grande do Norte começará a receber no celular alertas sonoros e visuais da Defesa Civil em casos de desastres naturais com risco à vida ou ao patrimônio. O sistema, que será acionado por meio das redes de telefonia 4G e 5G, não exige nenhum tipo de cadastro e enviará mensagens de emergência diretamente para os aparelhos compatíveis. Os alertas serão emitidos em duas categorias: severo, com orientação para evacuação planejada; e extremo, com ordem imediata de saída da área de risco.
Antes da estreia oficial do serviço, um teste será realizado neste sábado, 14 de junho, nos municípios de Natal, Parnamirim, São Gonçalo do Amarante e Extremoz. A simulação enviará uma mensagem de demonstração acompanhada por um som de sirene, com objetivo de familiarizar os moradores com a ferramenta e evitar reações indevidas.
A sirene será ouvida mesmo se o aparelho estiver com outro aplicativo aberto e só cessará quando o usuário interagir com a tela e tocar em “OK”. Segundo Alexandre Fonseca, coordenador-geral da Defesa Civil do RN, a intenção é garantir que a população tome ciência do alerta e saiba como reagir em um cenário real. “A sirene só para quando a pessoa confirma que viu a mensagem. Isso nos dá a certeza de que o aviso foi recebido e compreendido”, explicou.
O alerta será enviado a todos os celulares com tecnologia 4G ou 5G conectados às torres de sinal das operadoras nas regiões atendidas. Como o sistema se baseia em antenas de telefonia, é possível que moradores de municípios vizinhos também recebam a mensagem de teste. A orientação da Defesa Civil é para que as pessoas não confundam o alerta com golpes ou tentativas de fraude.
“É uma tecnologia oficial, validada pelo Governo Federal, que já está em operação nas regiões Sul e Sudeste, onde já foram emitidos mais de 300 alertas com resultados positivos”, afirmou Fonseca. No Rio Grande do Norte, a ferramenta será acionada para eventos como alagamentos, deslizamentos de terra, inundações e outras situações que exijam evacuação de áreas vulneráveis.
Nos bastidores, a Defesa Civil tem intensificado a comunicação com hospitais, unidades de saúde e órgãos públicos para evitar confusão com alarmes internos ou ruídos técnicos de equipamentos médicos. “Estamos orientando o máximo possível para que ninguém entre em pânico, principalmente em ambientes sensíveis como UTIs”, disse o coordenador. A ferramenta, chamada Defesa Civil Alerta, tem como principal objetivo salvar vidas e prevenir danos, utilizando mensagens simples, diretas e com acionamento instantâneo.
Além dos testes do sistema, a Defesa Civil do RN tem promovido capacitações desde janeiro com municípios do estado para preparar as equipes locais para o período chuvoso e situações de emergência. No último treinamento, realizado no dia 5 de junho, participaram representantes de 19 cidades. Entre os temas debatidos estavam o uso do novo alerta, protocolos de resposta rápida e o monitoramento climático, com apoio de técnicos da Defesa Civil estadual e de uma meteorologista da equipe.
A Defesa Civil também atua em ações paralelas de prevenção e resposta a desastres como estiagem e falta d’água no interior do estado. Atualmente, 63 municípios potiguares estão em situação de emergência por causa da seca e são atendidos pela Operação Carro-Pipa do Governo Federal. Para acionar a Defesa Civil em casos de risco, a população pode ligar para o 193 (Bombeiros) ou 190 (Polícia Militar), que encaminham as ocorrências para as Defesas Civis municipais por meio do sistema do CIOSP, a central integrada de segurança do Estado.
O sistema de alertas entra oficialmente em operação no RN no dia 18 de junho e, em caso de risco real, será acionado em qualquer município do estado. “Hoje, com as mudanças climáticas, nenhum município está imune a desastres. A prevenção começa com informação”, concluiu Alexandre Fonseca.
Agora RN