
Parlamentares do RN no Congresso usaram R$ 42 milhões em cotas e verbas de gabinete desde 2023 – Fotos: José Aldenir / Agora RN e Geraldo Magela / Senado
João Maia (PP) e Styvenson Valentim (PSDB) lideram gastos totais da bancada federal potiguar na Câmara e no Senado, respectivamente; veja rankings de 2023 a 2025.
Parlamentares do Rio Grande do Norte na esfera federal gastaram cerca de R$ 42 milhões desde o início da atual legislatura, segundo levantamento feito pelo AGORA RN. A análise quantitativa usou dados oficiais da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, abrangendo o período de janeiro de 2023 até 15 de setembro de 2025.
O deputado federal João Maia (PP) foi o parlamentar que somou o maior volume de gastos na Câmara, enquanto no Senado, a liderança nos gastos totais do período é de Styvenson Valentim (PSDB).
João Maia gastou, nesse período, R$ 5,32 milhões, e Styvenson gastou R$ 1,69 milhão. Na outra ponta, os parlamentares mais econômicos na Câmara e no Senado, respectivamente, foram Sargento Gonçalves (PL), com R$ 3,98 milhões, e Rogério Marinho (PL), com R$ 1,09 milhão. Os valores foram arredondados.
Os gastos referem-se à Cota para o Exercício da Atividade Parlamentar (Ceap) e à verba de gabinete, destinadas a custear as atividades do mandato. Os valores e as regras de utilização apresentam particularidades em cada Casa Legislativa. No período, as principais despesas incluem divulgação da atividade parlamentar, aquisição de passagens, hospedagem, alimentação e combustíveis.
Câmara: João Maia lidera em gastos totais
Entre os deputados federais, João Maia (PP) acumulou o maior gasto somado no período, totalizando R$ 5.324.823,65. Em 2023, ele liderou o uso da verba de gabinete, com R$ 1.393.912,64, e foi o segundo maior na cota parlamentar, com R$ 563.803,43. Em 2024, novamente esteve no topo dos gastos totais, com R$ 1.958.447,00, e nos dados parciais de 2025, já soma R$ 1.408.660,58.
General Girão (PL) aparece como o segundo parlamentar com mais despesas somadas, alcançando R$ 5.248.651,37. Ele foi o deputado que mais utilizou a cota parlamentar em 2023 (R$ 580.685,19) e 2024 (R$ 603.362,35), segundo o portal da Câmara dos Deputados. Natália Bonavides (PT) ocupa a terceira posição no acumulado, com R$ 5.125.301,23. Em 2025, ela lidera o uso da verba de gabinete até o momento, com R$ 1.039.829,49.

Paulinho Freire (União Brasil), que ocupou o cargo até 2024, registrou um gasto total de R$ 1.783.647,39 em 2023 e R$ 1.815.629,61 em 2024. Com sua saída, a suplente Carla Dickson (União Brasil) assumiu em 2025 e, até setembro, registrou despesas de R$ 1.256.923,55.
Completam a lista de gastos acumulados no período os deputados Benes Leocádio (União Brasil), Robinson Faria (PP), Fernando Mineiro (PT) e Sargento Gonçalves (PL), que registrou o menor volume de despesas totais entre os parlamentares que exerceram o mandato integralmente: R$ 3.978.132,65.
Senado: disputa entre Styvenson e Zenaide
Dos três representantes do RN no Senado, Styvenson Valentim (PSDB) é o parlamentar com o maior volume de gastos no acumulado de 2023 a 2025, com R$ 1.690.769,86. Ele liderou as despesas em 2024, com R$ 669.671,59, e nos dados parciais de 2025, com R$ 495.726,63.
Os valores incluem tanto a cota parlamentar como também custos com consumo de material, Correios, cotas para impulsionamento em mídias sociais e aquisição de passagens aéreas.
Zenaide Maia (PSD) aparece com um valor total muito próximo, somando R$ 1.690.480,24 no mesmo período. Ela foi a senadora que mais utilizou as verbas em 2023, com um total de R$ 615.814,34.
Rogério Marinho (PL) foi o senador que registrou o menor volume de despesas nos três anos. Seus gastos totalizaram R$ 317.624,22 em 2023, R$ 355.687,40 em 2024 e R$ 416.271,28 até setembro de 2025.

Entenda os gastos
A Cota para o Exercício da Atividade Parlamentar é um benefício mensal concedido aos legisladores para custear despesas relacionadas ao exercício de seus mandatos.
Na Câmara dos Deputados, a cota cobre gastos como passagens aéreas, contas de telefone e despesas com os Correios. O sistema funciona de duas formas: por reembolso, mediante a apresentação de recibos em até três meses, ou por débito automático, como na compra de passagens.
O valor mensal não utilizado pode ser acumulado ao longo do ano, o que permite que os gastos em determinados meses superem a cota mensal. O limite da verba varia para cada estado, sendo o cálculo baseado no custo do transporte aéreo entre o estado de origem do parlamentar e Brasília. No RN, esse valor é de R$ 48.525,79.
A verba de gabinete, na Câmara, tem outra particularidade: é um recurso mensal de R$ 133.170,54 destinado ao pagamento dos salários de até 25 secretários parlamentares. Isso não entra na conta da verba de gabinete do Senado. Por isso, os valores gastos pelos deputados são maiores que os dos senadores.
No Senado, a Cota para o Exercício da Atividade Parlamentar funciona como um mecanismo de ressarcimento de despesas, que podem ser, por exemplo: aluguel de imóveis para escritório político; aquisição de material de consumo; locomoção, hospedagem, alimentação e combustíveis; contratação de serviços de apoio ao parlamentar; divulgação da atividade parlamentar; passagens aéreas, aquáticas e terrestres nacionais; e serviços de segurança privada. Os salários dos assessores não entram nessa conta.
Ranking do Legislativo potiguar
Esta reportagem integra a série “Ranking do Legislativo potiguar”, que avalia a atuação de parlamenares potiguares, nas esferas municipal, estadual e federal.
Por: AgoraRN