
Presidente do Sinsp, Janeayre Souto. Foto: Mayane Lins/ 98 FM Natal
O gasto do Governo do Estado com folha suplementar de professores praticamente triplicou em abril deste ano, em relação a março. A denúncia é do Sindicato dos Servidores da Administração Direta do Estado (Sinsp). Segundo a instituição, a despesa saltou de R$ 1,3 milhão para R$ 3,8 milhões de um mês para o outro.
Em entrevista à 98 FM nesta terça-feira (29), a presidente do Sinsp, Janeayre Souto, denunciou que o problema decorre do fato de que a maior parte dos professores do Estado não está em sala de aula, segundo ela.
O Sinsp alega que, pelo plano de carreira do magistério do Estado, apenas professores em sala de aula podem receber hora suplementar. Apesar disso, de acordo com a sindicalista, de um total de 15 mil professores efetivos, apenas 5 mil estão em sala de aula. Os demais estariam em desvio de função, exercendo funções administrativas – o que seria um desperdício de mão de obra.
Como esses professores vão para funções administrativas, existe a necessidade de eles trabalharem acima da carga horária da sala de aula – o que eleva a folha de pessoal, segundo a sindicalista.
Além do gasto com folha suplementar, o sindicato denuncia que também houve aumento de cerca de 22% no valor das horas extras pagas para os professores da rede estadual de ensino.
“Nós denunciamos isso porque nós exigimos concurso público (para funções administrativas). É um absurdo ser recepcionada no Setor de Recursos Humanos da Educação por um professor que está ganhando 11, 12 mil reais. No gabinete da secretária, são 18 professores. Tem professor que nunca foi à sala de aula, está sempre no gabinete. Isso é um absurdo”, declarou a sindicalista.
“Lugar de professor é em sala de aula. Lugar de servidor é assumindo sua função como administrativo”, acrescentou.
98 FM