Declaração ocorre após ex-prefeito dizer que Allyson ficará fora do segundo turno da disputa para governador em 2026 se for candidato de terceira via Prefeito de Mossoró deu entrevistas a emissoras de rádio de Natal, entre elas a Rádio Cidade – Foto: Tacio Cavalcanti/94FM
O prefeito de Mossoró, Allyson Bezerra (União), usou a discussão sobre os novos hospitais municipais de Natal e Mossoró para marcar posição diante de declarações recentes do ex-prefeito da capital Álvaro Dias (Republicanos). Os dois são pré-candidatos ao Governo do Estado.
Ao explicar o estágio da obra do novo hospital em Mossoró, em um comparativo com a obra de Natal, Allyson citou sua política de só inaugurar equipamentos concluídos, equipados e em funcionamento.
“Em cinco anos de gestão, eu nunca entreguei uma obra sem estar finalizada. Eu não entrego só paredes. Eu entrego obra em Mossoró, pode ir atrás. Já entregamos, junto com a senadora Zenaide Maia, 9 unidades básicas de saúde. Todas as 9 foram equipadas da recepção até a sala do dentista, com o médico atuando, o dentista, o técnico de enfermagem. Eu não entrego obra pela metade. Então, o Hospital Municipal de Mossoró, quando você ouvir que foi inaugurado, você pode ir lá que estará funcionando. Eu não entrego pela metade”, afirmou Allyson, em entrevista à rádio 98 FM.
Nos últimos dias de sua gestão em Natal, no ano passado, o então prefeito Álvaro Dias realizou uma solenidade para inaugurar o novo Hospital Municipal. A obra, no entanto, está incompleta. Quase um ano depois, nenhum atendimento foi realizado no hospital. A nova gestão, do prefeito Paulinho Freire (União), afirma que os serviços seguem em execução.
Ao abordar novamente o assunto em entrevista à rádio Cidade nesta sexta-feira, Allyson evitou citar o ex-prefeito de Natal diretamente, mas voltou a fazer o comparativo: “A gestão dele cabe a população aqui avaliar. Não sou eu que tenho que avaliar a gestão dele. É a minha forma de fazer gestão. Eu só entrego obra finalizada, construída, equipada e com gente trabalhando.”
Em outro trecho da entrevista à 98 FM, o prefeito comparou as situações financeiras de Natal e Mossoró. Ele registrou que Mossoró tem nota A em Capacidade de Pagamento (Capag), classificação dada pelo Tesouro Nacional. Em paralelo, citou que Natal tem nota C.
“Se for pesquisar Natal lá na Capag, você vai encontrar a nota de Natal. É um desafio para o prefeito Paulinho. Não é culpa dele, acabou de assumir a gestão”, disse Allyson.
Nesta semana, ao ser questionado sobre Allyson Bezerra, Álvaro Dias afirmou que “hoje, a situação na Prefeitura tem muitas críticas que não vêm repercutindo da maneira que deveriam.”
Disse também que o prefeito de Mossoró poderá ficar fora do segundo turno na disputa para o Governo do Estado em 2026 se decidir ser candidato por um projeto de “terceira via”.
Durante a entrevista à rádio Cidade, Allyson rebateu. Chamou a declaração de “opinião” e afirmou que respeita divergências, mas não discute com “quem é dono da verdade”. Relembrou que o próprio Álvaro o visitou em Mossoró em junho e, na época, elogiou a gestão e as obras em execução.
Sobre 2026, Allyson defendeu a discussão de projetos antes de nomes, reforçou sua aliança administrativa e política com a senadora Zenaide Maia e relatou que União Brasil nacional lhe garantiu apoio total caso o partido tenha candidatura ao governo.
“Não posso largar a mão de quem me deu a mão”, diz prefeito sobre Zenaide
O prefeito de Mossoró voltou a dizer que não abre mão do apoio à reeleição de Zenaide Maia para o Senado em 2026. A senadora, que é vice-líder do Governo Lula no Senado, é rejeitada pelo grupo de oposição liderado pelo senador Rogério Marinho (PL). Allyson afirmou que é possível fazer uma composição, registrando que serão eleitos dois senadores.
“São duas cadeiras. Sobre Zenaide, a minha definição já deixei claro. Não posso largar a mão de quem me deu a mão. Porque, se eu largar a mão de quem me deu a mão, amanhã também eu recebo isso de retorno”, declarou.
Allyson Bezerra afirmou ainda que “política não é matemática” e destacou que alianças hoje consideradas improváveis podem se materializar em 2026. Ele exemplificou que o PSD – partido de Zenaide – apoiará a eventual candidatura do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), à Presidência da República. Isso faria o PSD e o Republicanos se unirem, partidos que estão em campos opostos no RN.
Allyson defende elaboração de projeto antes de definição de candidatura
Allyson Bezerra evitou dizer que será candidato ao Governo do Estado, mas não descartou a possibilidade. Ele, no entanto, disse que o fundamental primeiro é elaborar um projeto para recuperação do Estado antes da definição de candidaturas específicas.
“Nós defendemos uma discussão de projetos para o Estado. Nós não podemos cometer mais um erro em mais uma eleição estadual. O momento é discutir projetos, o momento é discutir o Estado. Mais importante do que nomes, agora é discutir o Estado, até porque eu acredito que os nomes têm que partir da discussão”, declarou.
Ele elogiou o sistema eleitoral dos Estados Unidos, em que a discussão sobre propostas ocorre bem antes da eleição em si, com as prévias. “Nós não podemos mais focar em eleger aquele candidato que chega, assume o mandato e não consegue resolver os problemas, não consegue entregar o resultado”, enfatizou.
“Tem que ter além de coragem”, afirma pré-candidato em indireta a Rogério
Ao ser perguntado diretamente sobre o que é necessário no ser candidato a governador do Estado, Allyson afirmou que é preciso ter “coragem para tomar decisões”. E citou que, em Mossoró, teve que tomar “decisões a ponto de contrariar castas, a ponto de contrariar interesses, a ponto de contrariar pessoas.”
No entanto, ele afirmou que não é preciso apenas coragem, em uma resposta indireta ao senador Rogério Marinho (PL) – que tem dito ter “coragem” para tomar as decisões necessárias para recuperar o Estado. “Para assumir qualquer candidatura tem que ter além de coragem. Não tem condição de você ser candidato de si próprio, de si mesmo, só a sua vontade e sua coragem”, enfatizou.
“Tem que ter o povo apoiando, porque nós já vimos candidaturas de quem tinha até coragem, tinha grupo político, tinha partido, tinha tudo, mas no final o povo deu a falta”, finalizou.
Por: AgoraRN











































































































































































































































































































































































































































































































































































































































