
Agripino trabalha para viabilizar politicamente a candidatura de Allyson Bezerra ao governo do RN, com respaldo do primo João Maia, que preside o PP – Foto: Reprodução
Foi a partir do que chamou de “dimensão” da Federação União Progressista, oficializada nesta terça-feira (19), que José Agripino, presidente do União Brasil no RN, defendeu que “um partido com essa expressão tem o direito de criar expectativa de conquistar o Governo do Estado”. Ele conversou sobre o assunto com o Diário do RN. Segundo o ex-senador, o partido tem três deputados e uma expectativa positiva no pleito ao Governo do Estado: “O partido tem expressão suficiente para eleger o governador do Estado”, destacou.
Apesar disso, evitou citar nomes e disse que “o tempo vai definir” o candidato que provavelmente o centro apresentará. “É muito provável. Mas tudo ao seu tempo, com sensatez e racionalidade”, afirmou.
José Agripino evitar nominar o candidato, mas o único nome com viabilidade eleitoral do centro ao Governo do RN é parte da nova Federação União Progressista. Allyson Bezerra, prefeito de Mossoró, é filiado ao União Brasil e, embora não tenha oficializado sua pré-candidatura, é o favorito nas pesquisas eleitorais feitas até agora.
O prefeito de Mossoró, por sua vez, ratificou a improbabilidade de rompimento da sua parceria com Zenaide Maia em evento realizado pelo PSD, partido presidido no estado pela senadora, no último final de semana. Na presença de cerca de 50 prefeitos, Allyson reafirmou o apoio incondicional à reeleição de Zenaide, apesar da direita potiguar já ter deixado claro, através principalmente de Rogério Marinho (PL), que não quer Zenaide no palanque da oposição por questão de coerência ideológica.
Para Agripino, a relação de Allyson com Zenaide nada tem a ver com o União Brasil, e não significa qualquer recado ou sinalização ao PL e demais partidos aliados.
“Eu não tenho relação com a Zenaide. A relação é dele, que é prefeito e recebeu benefícios para o município através dela. O União Brasil não deu recado nenhum, Allyson que tem que dar as razões da relação dele com Zenaide. Não é da federação com Zenaide”, esclarece.
O presidente do União Brasil no RN continua mantendo a ideia de união da oposição: “O partido vai sempre procurar fazer a união dos que puder se unir”. Entretanto, ratifica que a união da oposição será feita entre centro e direita, mais precisamente com a direita se agregando ao centro, assim como aconteceu na eleição de 2024, em Natal, com a candidatura de Paulinho Freire (UB).
“A direita se agregará ao centro. É uma união do centro com a direita. Não foi assim com a prefeitura de Natal? O centro não se elegeu com o apoio da direita? Vai ser a mesma coisa, o centro e a direita têm pensamento ideológicos muito assemelhados”, ressaltou.
Agripino nega recado, mas sua teoria da direita se agregando ao centro deixa clara a ideia de que em 2026 ele pode repetir o que conseguiu com a candidatura de Paulinho Freire, mantendo o PL e as demais siglas à direita submetidos ao projeto do União Brasil. Neste caso, com a candidatura de Allyson Bezerra – o nome viável do centro – com o senador Rogério Marinho (PL) e Álvaro Dias (Republicanos) submetidos ao projeto de José Agripino.
Por outro lado, entretanto, o ex-senador mantém a ponderação e evitar oficializar a imposição desta ideia sobre os aliados, que já lançaram o pré-candidato ao governo Rogério Marinho (PL) e seguem em pré-campanha: “Cada dia é um dia, os fatos vão acontecendo, e a gente vai absorvendo, tentando superar divergências, absorvendo fatos novos e superando divergências com paciência. É isso que se impõe nessa relação do centro com a direita. Não é o centro com o apoio da direita. É o centro e a direita somados”.
Federação União Progressista
“A reunião da federação foi o maior movimento da oposição desse país até hoje. Nesse encontro estiveram presentes dez governadores, como o de São Paulo, que estava lá para estabelecer a fundação de um partido – a federação é um partido – com 110 deputados e 15 senadores. Então, é a única força que reuniu a oposição com essa dimensão até agora. É um marco na política do Brasil como instrumento de oposição”, avaliou, ainda, à reportagem, José Agripino sobre a federação oficializada nesta terça-feira (19).
A aliança vai reunir a maior bancada da Câmara, com 109 deputados federais, e uma das maiores do Senado, com 15 senadores. A Federação União Progressista (UPb) também registrou nas urnas 12.398 vereadores, 1.335 prefeitos, 186 deputados estaduais e quatro distritais. Conta, ainda, com seis governadores, quatro vice-governadores e 1.183 vice-prefeitos.
A “superfederação” terá direito a receber a maior fatia, entre os 29 partidos registrados pelo TSE, do fundo público de financiamento de campanhas. São R$ 953,8 milhões em fundo eleitoral; e R$ 197,6 milhões em fundo partidário (números de 2024).
O dirigente do partido ressalta, ainda, a estrutura do partido no Rio Grande do Norte: “A federação significa, nesse momento, que temos três deputados federais: Carla Dickson, Benes Leocádio e João Maia. Paulinho Freire deixou o mandato, mas temos três deputados. E existe uma expectativa de conquista do Governo muito expressiva. Ainda não tem candidato lançado, mas um partido com essa expressão tem o direito de criar expectativa de conquistar o Governo do Estado”.
Por Carol Ribeiro – Diário do RN